Quase ninguém teve a mesma sorte que eu, de pisar por várias vezes a mesma estrada, esta da foto. Este trecho parecia muito longo quando chegávamos de São Paulo para visitar meus avós e lógico aproveitar tudo do lugar que meus pais nasceram.
Foi nesta estrada longa para duas crianças de 6 e 8 anos que aprendemos a andar de bicicleta e a cavalo. O curioso é conseguíamos cair dos cavalos, fazíamos aposta de corrida seja lá do que fosse. Quando minha mãe já tinha proibido os cavalos, eram as bicicletas, quando proibia as bicicletas era à pé...sem fim. Meu irmão que já nasceu maior que eu raramente perdia alguma disputa física comigo, já podem imaginar. eu apanhava muito, mas deixem isso para lá, eu sobrevivi.
Esse lugar ainda era mais mágico pois lá viviam meus avós e o carinho deles é a melhor lembrança que posso guardar. Os olhos deles brilhavam de felicidade quando nos abraçavam, isto acontecia muitas vezes ao dia. Sempre houve algo que nos conectava pois eu e meu irmão guardávamos algum tipo de sentimento duradouro, algo que só meus pais e meus avós sabiam, algo muito leve sem este mundo de prazos e ganância. Não parecia um contrato social e sim uma verdade gratuita. É de um sonho que estou falando.
Foi daquele lugar que eu nunca quiz sair,
foi ali que eu nasci,
foi ali que eu cresci,
e finalmente foi ali que o meu entardecer...
Deixamos aquele lugar nobre para saborear e desgastar o corpo com conhecimento, vaidade, conflito e toda a carga que estava jogada aí pelo mundo. Agora só existe um sentimento esmagado pelos dias que as vezes se manifesta, eu gosto de dizer que são apenas gritos.
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