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São Franscisco

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Roça do Sr. Nenzin

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Mapa da memória e dos lugares que passei com meu pai

Mapa da memória e dos lugares que passei com meu pai

Hoje eu olhei o mapa do Brasil para ver quão distante era Uberlândia de Salvador e acabei deparando com uma sequência de nomes de cidades como Vitória da Conquista, Janaúba, Montes Claros, Bocaiúva, Curvelo, Sete Lagoas e do outro lado Governador Valadares, Teófilo Otoni, Ipatinga, Muriaé, Aparecida e São José dos Campos, todos os caminhos entre Brumado e São Paulo. É engraçado, quando seu pai é caminhoneiro não há qualquer lugar longe, quando vejo estes nomes é como se estivesse em casa em qualquer um destes lugares. Meu pai tinha amigos e conhecidos em quase todos estes lugares, a cada parada uma festa por encontrar alguém. Ele era uma pessoa encantadora, a ligação com a terra por ter nascido na roça, fazia com que ele dedicasse a sua exaltação aos frutos de cada local, Janaúba - Banana, Bocaiúva - Piqui, perto de Teofilo-Otoni era aquele almoço que tinha carne de porco, as vezes ovos fritos acompanhado de banana frita. Aquelas serras enormes pela 116, era a nossa diversão. Ver o ronco do motor aumentar quando o som rebatia nas rochas próximas a pista, e quando chegávamos ao topo, tomávamos caldo de cana e comíamos pastel frito e sempre meu pai repetia a história do restaurante que fechou por causa da maionese. Quando entravamos na Dutra, sabíamos que estávamos perto de casa. Na época ele tinha um caminhão Scania 110 que quebrava sempre (é engraçado que ao escrever Scania 110 automaticamente enxerguei a cor laranja). O mecânico ficava em Muriaé, era terrível ficar parado lá, eu sentia o nervoso, o desconsolo do meu pai. A cada segundo esperávamos que ele dissesse: "Vamos, sobe aí moleque! Já consertou! Não sei se sinto saudade dele, na verdade é como se estivesse presente em mim. Apenas tenho a sorte de guardá-lo permanentemente em minha memória!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Hoje me dei conta que se passaram três anos ...

Alguns homens são lembrados todos os dias, é o caso do meu pai. Frequentemente tento respeitá-lo, muito embora boa parte desse meu comportamento seja natural. É dele que consigo desenvolver o altruísmo, que de certa maneira era sua principal qualidade. Sou pouco criativo quando penso em homenagens. Mas se pudesse  eu convidaria um grupo de Reis para tocar para o meu pai. Colocaria uma mesa farta com requeijão, queijo, café, mandioca com carne e  cachaça. Então seria feliz ao lembrar daquele dia em o que sorriso dele era o mesmo de quando um menino de 8 anos,  nascido e criado na seca recebia o grupo de Reis. Em dia de Reis, dizia ele, que a ansiedade era tamanha que ninguém dormia esperando. Era triângulo, era tambor e outros instrumentos com nomes complicados que nem me lembro mais. É noite de Terno de Reis, tinha até fita cassete para ouvir  no caminhão durante o janeiro inteiro. Que arte esta do tempo que nos ausentou este homem no seu mês preferido? O que mais deveras sente? Tenho agora os resquícios dessa cultura que deveria ser passada de pai para filho numa lembrança vaga de um 8 de janeiro. Ainda lembro os "reizeiros" rodando o terreiro da casa da minha vó.
Às vezes não damos muita importância para as músicas que as pessoas próximas costumam cantarolar, mas a vida é um tiro certo e estas músicas soam no momento próprio.
Por isso, peço licença para minha querida mãe e repito sua música preferida para definir meus sentimentos:

É de sonho e de pó
O destino de um só
Feito eu perdido
Em pensamentos
Sobre o meu cavalo
...
Me disseram, porém
Que eu viesse aqui
Prá pedir de
Romaria e prece
Paz nos desaventos
Como eu não sei rezar
Só queria mostrar
Meu olhar, meu olhar
Meu olhar
...
 (Romaria, Elis Regina).

- A benção meu pai?
- Deus que te abençoei! Respondia ele.
- Então eu caminhava em direção à casa da minha mãe e retornava e conversava mais um pouco parado na porta da casa dele. E aquilo se repetia algumas vezes até que ele dizia:
- Vai para casa moleque besta que eu quero dormir! E muitos risos!
- Pela manhã quando passava lá,  eu e meu irmão  já chegávamos assoviando da mesma forma que ele para que nos reconhecesse. Ele sempre falava:
- Vem tomar café! Eu sempre aceitava para não fazer desfeita. Raramente eu rejeitava um pedido dele, era uma admiração sem fim. Hoje percebo que transferi este comportamento para todas pessoas que gosto. Mesmo que eu demore um tempo para atendê-las, quase sempre consigo fazer o que me pedem.

"Desaventos" ou até algo um pouco mais forte como diz Chico Buarque, "Desalentos" não expressam o que eu sinto, posso até dizer que minha vida é alegre mesmo sem o meu pai, mas é muito menos bonita sem ele.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Letra e música "Wilson Silva Pessoa"

Lembro ainda quando me pediu a música Cavaleiros do Céu como despedida, até nisso parecia tão sensível e ligado às suas origens. Sua presença ainda tão forte em mim, sempre olhavámos na mesma direção (Peço desculpas ao Renato Russo por esse plágio sequencial de Vento no Litoral). E agora sou errático. Não tenho mais planos, você só está em mim. O meu plano era te deixar vivo de tanta beleza que tens. E como a vida continua,  tive um belo presente quando percebi nas costas de sua neta, as mesmas manchas que te identificavam.  Agora você tem uma herança   em um ser tão belo quanto a ti. Sei que não posso mais vê-lo, mas consigo as duras penas manter as boas qualidades que tinha, não sou tão forte, para mim não é fácil praticar honestidade, generosidade e alegria. Esse tempo que não conspirou ao nosso favor e promoveu um desencontro equivocado. Sei que cometi erros bobos mas ainda posso cuidar de todos. São tantas músicas que fazem lembrar de ti que penso que você deve ter sido uma espécie de composição, e não exatamente um homem. É por isso que não me canso de contar para os outros quem você é, nós não cansamos de uma boa música ou se quer podemos esquecê-la. Tivemos sorte de termos vivido com você. Adeus Pai!

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Dicionário de português no vim

Pessoal,

encontrei este site que tem uma ótima descrição da instalação de dicionários no vim!

http://www.lsl.dcc.ufmg.br/joomla/component/content/article/56-distribuicoes/77-adicionando-corretor-ortografico-ptbr-no-vim.html

terça-feira, 15 de novembro de 2011

10 dias de pedalada na cidade de Salvador

Isto não se trata exatamente de post, mas de um registro de pedaladas. Vejamos do dia 5/11 até 15/11.

A primeira etapa foi buscar a bicicleta no Ervaciclo(Rio Vermelho) e ir até a  minha casa, tive que trocar algumas peças devido ao mal uso.

05/11/11 - Ervaciclo -- Colégio Integral (~5Km)

06/11/11 - Colégio Integral -- Parque Pituaçu (~7Km)
06/11/11 - Parque Pituaçu -- Colégio Integral (~7Km)

07/11/11 - Colégio Integral -- Rua Aristides Novis (~10Km)
07/11/11 - Rua Aristides Novis -- Colégio Integral (~10Km)

08/11/11 - Não Pedalei

09/11/11 - Colégio Integral -- Rua Aristides Novis (~10Km)
09/11/11 - Rua Aristides Novis -- Colégio Integral (~10Km)

10/11/11 - Colégio Integral -- Rua Aristides Novis (~10Km)
10/11/11 - Rua Aristides Novis -- Colégio Integral (~10Km)

11/11/11 - Colégio Integral -- Rua Aristides Novis (~10Km)
11/11/11 - Rua Aristides Novis -- Colégio Integral (~10Km)

12/11/11 - Colégio Integral -- Parque Pituaçu (~7Km)
12/11/11 - Parque Pituaçu -- Colégio Integral (~7Km)

13/11/11 - Colégio Integral -- Rua Laura Costa (~10Km)
13/11/11 - Rua Laura Costa -- Colégio Integral (~10Km)

14/11/11 - Colégio Integral -- Ervaciclo (~5Km)
14/11/11 - Ervaciclo -- Colégio Integral (~5Km)

14/11/11 - Colégio Integral --  Parque Pituaçu(~7Km)
14/11/11 - Parque Pituaçu -- Colégio Integral(~7Km)

15/11/11 - Colégio Integral -- Av. Dorival Caymmi(~12Km)
15/11/11 - Av. Dorival Caymmi  -- Colégio Integral(~12Km)

Em dez dias foram percorridos aproximadamente 180Km, o meu objetivo é percorrer até o final do ano 1000Km. Descontando os 180Km, devo percorrer 820Km até o dia 31/12, para esta meta terei apenas 45dias. De 4 de março à aproximadamente 4 de outubro quando a bike passou pela revisão e troca de peças tinha percorrido aproximadamente 400Km/mês, resultando num total de 7mêsx400Km/mês = 2800Km. Minha meta para o próximo ano serão 1000Km/mês.

Novas datas

16/11/11 - Colégio Integral - Farol da Barra - Ladeira da Barra - Corredor da Vitória - Campo Grande -Reitoria da Ufba - Campo Santo - Escola Politécnica (~14,4 Km)
16/11/11 - Escola Politécnica - Colégio Integral (~10Km)

17/11/11 - Colégio Integral - Av. José Sátiro de Oliveira - Campo Santo - Escola Politécnica -(~11Km)
17/11/1 - Escola Politécnica - Colégio Integral (~10Km)

18/11/11 -Colégio Integral - Farol da Barra - Ladeira da Barra - Corredor da Vitória - Campo Grande -Reitoria da Ufba - Campo Santo - Escola Politécnica (~14,4 Km)
18/11/11 - Escola Politécnica - Colégio Integral (~10Km)

20/11/11 - Colégio Integral - Entrada Parque Metropolitano Pituaçu(~8Km)
20/11/11 - Volta no Parque Pituaçu(~18Km)
20/11/11 - Entrada Parque Metropolitan Pituaçu - Colégio Integral (~8Km)


21/11/11 - Colégio Integral - Instituto de Física(~8Km)
21/11/11 - Instituto de Física - Colégio Integral (~8Km)


22/11/11 - Colégio Integral - Escola Politécnica(~10Km)
22/11/11 - Escola Politécnica - Colégio Integral (~10Km)

24/11/11 - Colégio Integral - CREA - Escola Politécnica(~14Km)

24/11/11 - Escola Politécnica - Colégio Integral (~10Km)

Pessoal, depois de percorrer o trecho típico do Colégio Integral até a  Escola Politécnica para trabalhar,
tive oportunidade chegar ao Rio Vermelho e participar da bicicletada promovida pelo grupo Massa Crítica(http://bicicletadasalvador.blogspot.com/). Foi muito bom pedalar em grupo, a sensação de segurança é muito maior. O grupo é formado por pessoas de várias formações, idades, sexos, poder aquisitivo etc. Vou colocar todo o trecho percorrido por mim de casa ao trabalho - circuito Massa Crítica - Casa.

http://maps.google.com/maps?saddr=colegio+integral,+salvador+-+bahia&daddr=-13.0036117,-38.5026837+to:Escola+Politecnica+da+UFBA,+Salvador+-+Bahia,+Brasil+to:-13.00668,-38.50056+to:Banco+do+Brasil+S%2FA-Ag+Rio+Vermelho,+Rio+Vermelho,+Salvador+-+Bahia,+Brasil+to:Avenida+Anita+Garibaldi,+Salvador+-+Bahia,+Brasil+to:Garcia,+Salvador+-+Bahia,+Brasil+to:Teatro+Castro+Alves,+Salvador+-+Bahia,+Brasil+to:Instituto+Mau%C3%A1,+Salvador+-+Bahia,+Brasil+to:Colegio+Integral,+Salvador+-+Bahia,+Brasil&hl=pt-BR&ie=UTF8&ll=-13.000376,-38.490086&spn=0.046415,0.117245&sll=-13.00003,-38.490775&sspn=0.09283,0.169086&geocode=FTKlOf8dB061_SHWuFsGdyY4HymJTAJAcRsWBzEu89kxU7Y7yw%3BFaWUOf8d5X60_SmfpBRBXwMWBzEhH65H_PVQAQ%3BFbqkOf8deVy0_SkzNV_UnQQWBzHg5dmWcJpEbg%3BFaiIOf8dMIe0_SnB-SnOXgMWBzE9Mh0GJio_eg%3BFQxyOf8dm8C0_SEA37YlwAn_5SkBVr82UwMWBzHTswqW45-ePw%3BFaCZOf8dyXy0_Skd0b2upgQWBzGNizQ3rrwuHw%3BFUq9Of8dOVi0_SldEeOCkAQWBzGl2TWVYPVkWQ%3BFTXNOf8dWDu0_SExWWyHKLI9FQ%3BFfmYOf8dUwq0_SEog9NzOVhUBA%3BFTKlOf8dB061_SHWuFsGdyY4HymJTAJAcRsWBzEu89kxU7Y7yw&vpsrc=6&mra=dpe&mrsp=1&sz=13&via=1,3&t=m&z=14


25/11/11 - Colégio Integral - Escola Politécnica(~10Km)

25/11/11 - Circuito Massa Crítica (~15Km)
25/11/11 - Escola Politécnica - Colégio Integral (~10Km)

26/11/11 - Colégio Integral - Hotel Jaguaribe(~9Km)
26/11/11 -  Hotel Jaguaribe - Colégio Integral(~9Km)

27/11/11 - Colégio Integral - Clube Espanhol(~9Km)
27/11/11 - Clube Espanhol - Colégio Integral(~9Km)

28/11/11 - Colégio Integral - Escola Politécnica(~10Km)
28/11/1 - Escola Politécnica - Colégio Integral (~10Km)


30/11/11 - Colégio Integral - Farol da Barra - Ladeira da Barra - Corredor da Vitória - Campo Grande -Reitoria da Ufba - Campo Santo - Escola Politécnica (~14,4 Km)
30/11/11 - Escola Politécnica - Colégio Integral (~10Km)





quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Problemas com gerenciador de janelas do Xubuntu

Caros,

frequentemente acontece comigo encerrar uma sessão de forma inadequada e provocar erros no gerenciador de janelas (botões de fechar, expandir e etc. não surgem ao iniciar qualquer aplicativo). Portanto, ao pesquisar na internet, além das soluções complicadas como criar outro usuários, encontrei uma solução muito simples, basta abrir um terminal e sem sudo digitar

xfwm4

não é preciso permissões de super-usuário ou sudo. Além disso, a solução é permanente.

sábado, 16 de julho de 2011

O último dia que estivemos juntos

Ainda lembro daquele dia, parecia domingo. Calmo, quase sem motivo para ligar qualquer aparelho eletrônico.
Eu os encontrei naquela manhã como se nunca os tivesse visto antes. Era tudo novo, as mudanças eram acentuadas... Eu me sentia velho e igual, mas o que valia a pena é que todos minavam felicidade. Tive até medo de dizer que pensava diferente e que aquela união de antes, o que restava, era saudade.
Contive as palavras. Choro, não havia motivo. Já houve dias que desconfiei das minhas lágrimas. Agora que sou árvore sem raízes, ou melhor, raízes sem terra, tenho me movido como trepadeira, às vezes belo na superfície mas as raízes sabe-se lá o que podem fazer.
Ali por perto não havia o hábito de precisar de nada, então aquela manhã era suave e para quem não tinha costume não tinha sentido. Todos falavam das amizades, o que o mundo tinha proporcionado, como a vida tinha melhorado. Não havia nada ruim, a leitura deles só tinha o belo. Lembrei de como era aquele tempo sem desconfiança.

Não poderia ter sido melhor, aquele cheiro que foi chegando devagar me deixou confuso, lembrei de esperança, cheiro de horta, talvez um pouco menos intenso. As correntes de ar no início eram quentes abafadas e depois um pouco mais frias, mas ainda úmidas. Naveguei nas histórias de alguns pássaros que meu pai me contava, fogo pago, rasga mortalha, akauan, curiango, mixiriqueira e tantos outros que já esqueci. Depois da brisa que soprava havia muito mais por vir.
E quando as gotas tocaram o telhado eu finalmente entendi o que os alimentava.

Pensava o quanto tinha arrancado do meu espirito para ser o que sou.
Senti que não me desligará completamente daquele universo, queria ser como aquela chuva ou como aqueles pássaros cheios de magia. Mas não tardou para recuperar o pedacinho da minha família, e logo pensei quantos quinhões que daria para que fosse o último dia que estivemos juntos.